Não jogou, não pegou pênaltis, mas é muito campeão!

Ninguém mais do que ele queria ganhar um grande título nacional antes da aposentadoria. Foi uma luta intensa, que muitas vezes prejudicou até sua saúde, nos relatos do próprio. Foram tombos doídos em várias Copas do Brasil, um Brasileirão, o de 2009, que escapou de forma inacreditável já na reta final.

Marcos, ídolo que foi também por jogar uma Série B, erguer a taça e recolocar o Palmeiras na elite, não terminou a brilhante carreira campeão, como queria. Mas palmeirense como poucos, começa a nova vida com a estrela no peito.

Quis o destino que o primeiro grande título nacional do Verdão após 14 anos fosse justamente seis meses depois do adeus do Santo. Nenhum problema para o ídolo, embaixador do clube que amou como jogador e hoje ama, apenas, como torcedor. Marcos é campeão.

Não entrou em campo. Mas colocou o sorriso na boca de muitos palmeirenses, do Nordeste ao Sul. Presente em nas viagens da campanha do Copa do Brasil, assinou camisas, deu autógrafos, contou piadas.

Não defendeu pênaltis. Mas realizou o que, para muitos, é um milagre: estar frente à frente com o ídolo. Se o corpo não aguenta mais jogar, o carisma do Santo não se abala.

Marcos não joga mais futebol. Mas está com o Palmeiras. Esteve com o Palmeiras. E sempre estará com os palmeirenses: dos mais velhos, aos mais novos. E aos futuros, que saberão apenas pelos livros quem foi o atleta que eternizou a camisa 12 que ninguém jamais usará.

Os mais “maldosos” podem achar que há uma ponta de inveja. “Por que não esperei mais seis meses para me aposentar campeão?”, poderia se questionar o goleiro. Bobagem. Marcos parou na hora certa. E explodiu em alegria por ver Bruno, seu discípulo, ser campeão com o Verdão.

Marcos também está mais leve com a conquista de ontem. Não há palmeirense no mundo que não esteja. Fez parte da festa de maneira diferente. Talvez seja estranho para um recente ex-jogador viajar, “concentrar”, entrar no mesmo ônibus da delegação. Muito mais fácil por não ter nenhuma responsabilidade, além de torcer, quando a bola rola. Mas muito mais difícil por deixar de fazer parte de algo que marcou sua vida. O Palmeiras é a vida de Marcos. Tanto é que nem a aposentadoria o afastou de lá.

O Santo não estará no pôster de campeão. O Santo não colocará esta conquista no currículo, que foi “fechado” em janeiro deste ano. O Santo do campo hoje é um mortal da arquibancada. Mas um mortal que, assim como milhões, encheu o peito e gritou: “É CAMPEÃO!”.

* Texto publicado na edição histórica do LANCE! de 12 de julho

Texto muito bom, na moral! Se fosse escrito por você, seria movido pra editorial. Sobre a conquista, parabéns Palmeiras! Uma grande campanha!

Off: Movido pra "Notícias". ;D

É ele foi um goleiro e tanto, pena que ele parou em 2009, mas o Palmeiras fez uma grande campanha na Copa do Brasil e mereceu o titulo.